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Trujillo: 2º dia

12 jul

Dia seguinte à aventura, fomos conhecer a Catedral de Trujillo, tiramos foto na bela Plaza de Armas, com seu bonito e imponente monumento que teve que ser cortado para não ultrapassar as torres da Catedral, presenciamos uma passeata escolar, visitamos a Casa da Emancipação, que possui uma exposição interessante sobre Trujillo colonial e fomos ao Museu de Arqueologia da Universidade de Trujillo, que contém um acervo bacana da cultura Moche e da cultura Chimú.

Plaza de Armas de Trujillo

Fomos almoçar de novo no El Sombrero e dessa vez assistimos a uma apresentação de Marinera, uma dança tradicional da cidade. Íamos sair dali e ir para a agência de turismo encontrar com o grupo e perderíamos uma parte do show, mas o garçom, muito simpático, que conhecia o guia da agência, ligou e avisou que estávamos ali e ficou combinado que iam nos buscar no restaurante. Assim, conseguimos assistir o show todo e às 14h40 chegaram para nos buscar e a outros turistas que também estavam lá e que iriam fazer o passeio a Chan Chan também.

Show no El Sombrero

Dessa vez, fomos na van novinha. Acho que como a estrada é péssima para El Brujo, eles colocam o pior carro. Bem, fomos primeiro à interessante Huaca do arco-íris ou do dragão, com bonitos desenhos, onde aprendemos um pouco mais da história Moche e, claro, sobre os sacrifícios humanos que realizavam.

Huaca del Dragón o del Arco iris

Depois fomos a Chan Chan, que é maravilhosa! Andamos por entre seus muros de adobe, conhecemos a praça central e a técnica de convencimento dos moches para a conquista de outros povos, vimos a tumba real, o enorme depósito de água, os belos desenhos nas paredes, ou seja, nos fascinamos. Chegamos ao ápice da viagem a Trujillo.

Os moches utilizavam um pouco da psicologia para convencer os outros povos a se juntarem a eles. Os sacerdotes e governantes se vestiam com os trajes mais especiais e faziam uma grande festança, acompanhada de cerimônias religiosas, para dessa forma demonstrar a sua superioridade e prosperidade. Além disso, esses trajes eram escolhidos a dedo: nas festividades ao meio-dia, em que o sol estava a pino, colocavam roupas com placas douradas, para que refletissem os raios do sol, confundindo-os com o próprio sol. À noite, especialmente de lua cheia ou lua nova, vestiam-se com trajes de prata, de modo que a luz da lua refletisse nas roupas e, assim, também fossem confundidos com a lua.  Dessa forma, eram confundidos com os próprios deuses.

Interessante, né?

Chan Chan

Representação de como os Chimu se vestiam em ocasiões especiais

Chan Chan

Chan Chan

Depósito de água de Chan Chan
Antes não havia a vegetação, apenas água!

Outro aspecto interessante dos chimús de Chan Chan é que já conheciam bem o fenômeno do El Niño. Nas paredes desenhadas, há várias menções a esse fenômeno, com desenhos de peixes e correntes marítimas que mudam conforme a época do ano e na ocasião do El Niño.

Chan Chan
Correntes marítimas

Voltando ao hotel, e muito satisfeitos pela imersão nas culturas chimú e moche, apesar da van do Indiana Jones, fechamos a conta e nos arrumamos para a volta a Lima, chegando ao aeroporto 20h50, duas horas antes do horário de nosso vôo, mas: surpresa! O horário do vôo tinha mudado para as 21h30 e não nos enviaram nenhum email!!! A sorte é que além de chegarmos sempre duas horas antes nos aeroportos para evitar imprevistos e que não tínhamos bagagem a ser despachada, apenas bagagem de mão. Entramos imediatamente para o embarque. Contudo, antes de entrar, ainda tivemos que telefonar para o hotel em Lima para avisar da mudança no horário e para que o taxista fosse nos buscar no aeroporto no horário correto.

No final das contas, a troca dos dias dos passeios de Chan Chan e El Brujo foi essencial para que não perdêssemos o vôo, além de nossa “neurótica” preocupação com o horário. Hehehe.O bom foi que chegamos a Lima mais cedo e que deu tudo certo.

Quanto aos passeios indico o seguinte: Fazer o tour Moche completo (Huaca do Sol e Huaca da Lua, Huaca do arco-íris ou do dragão e Chan Chan no mesmo dia com o Moche Tours, porque o guia era muito bom e a van para esses passeios era novinha).

Para El Brujo, procure outra agência e pergunte sobre a van ou o ônibus que vai fazer o passeio e prefira os passeios pela manhã, por precaução (principalmente se for pegar vôo à noite).

Abaixo, coloco os contatos da Moche tours e de outras agências. Mas na Plaza de Armas há várias agências que fazem esses passeios.

Moche Tours Agência de Viagens (fizemos com esse – indicamos, com exceção do passeio a El Brujo):

http://www.mochetours.com

Endereço: Jr. Orbegoso, 363, Trujillo.

Telefone: 044-291957 / 044-475541

email: mochetours@hotmail.com

Travelers Tours Peru:

http://travelerstoursperu.com

 Endereço: Jr. Pizarro, 561, Trujillo

Telefone. 044-475003

Nextel: 103*7335

Email: travelers-tours@hotmail.com

Mega Tours: 

http://megatourstrujillo.com

Telefone: 044-347473 /94 9429790

Endereço: Jr. Pizarro, 536, Trujillo

Email: megatourtruji_73@hotmail.com

Trujillo: 1º dia

11 jul

Plaza de Armas – Trujillo

Depois de uma tarde e uma noite de descanso em Lima, fomos para Trujillo cedo também. O vôo da TACA saiu às 07h55 da manhã. Nosso café da manhã foi um lanche que o hotel gentilmente providenciou e que levamos para o aeroporto e comemos lá.

De Lima a Trujillo leva apenas 1h10, de modo que chegamos cedo e deu tempo de pegarmos uma excursão que saía às 10h30 para a Huaca del Sol y para a Huaca de La Luna pela manhã e para a Huaca do arco-íris ou do dragão e Chan Chan para a tarde. Fechamos o passeio com a Moche Tours por 35 soles por pessoa para os dois passeios (é o chamado Tour Moche completo). A agência foi indicada pelo hotel, que entrou em contato com eles e transferiu a ligação para o quarto sem cobrar tarifa adicional.

Maridão na Huaca de La Luna – Trujillo. Desenhos da divindade moche Ai-Apaec  ou Decapitador

Fizemos o passeio da manhã que foi ótimo, melhor do que imaginávamos. O guia excelente e a van novinha. Os templos eram construídos com adobe, uma espécie de argila. Resistiu tanto tempo porque quase não chove em Trujillo. Ainda não são considerados patrimônios da humanidade pela Unesco, mas isso já está sendo pleiteado e acho que merece.

Ali conhecemos um pouco da história da cultura moche: os rituais de sacrifício, a sobreposição de edifícios de acordo com os governos, a forma de sepultar os nobres, o modo de vida em um lugar desértico, o formato das casas (tudo em adobe) a devoção à divindade Ai-Apaec  ou Decapitador, etc.

O guia, que era excelente, nos contou como os governantes (políticos, claro, rsrsrs) conseguiam convencer a população de sua divindade. Eles detinham o domínio sobre a prata e o ouro e em cerimônias diversas utilizavam placas desses metais para reluzir a luz do sol ou da lua e impressionar os seus governados. Além disso, mantinham perto de si, com regalias, os sábios que conheciam astronomia e meteorologia, que previam com exatidão a época das chuvas. Com base nesse conhecimento, sabiam exatamente o dia certo para realizar os sacrifícios e convencer a população de que eram os sacrifícios que traziam as chuvas. Pode isso???? Alguma semelhança com a atualidade???

Depois dessa imersão na história pré-colombiana, paramos para almoçar e fomos ao restaurante El Sombrero.

Às 14h10 fomos à agência para encontrarmos o grupo e sairmos para o outro passeio e aproveitei e perguntei sobre o passeio a El Brujo para o dia seguinte. A idéia era fazer pela manhã e na parte da tarde explorarmos a cidade e não corremos o risco de nos atrasarmos para nosso vôo, que era às 22h55. Mas no dia seguinte o passeio para El Brujo seria à tarde e terminaria por volta das 19h00. Como o passeio para Chan Chan termina mais cedo, às 18h00, e fica mais perto da cidade de Trujillo, optamos por inverter os passeios, indo logo a El Brujo e no dia seguinte a Chan Chan.

Señora de Cao

Pois bem, nos cobraram mais caro nesse passeio, 35 soles por pessoa, mas para um passeio que dura apenas metade de um dia, enquanto que pagamos o mesmo preço para o passeio completo do Tour Moche que, juntando a parte da manhã (Huaca del Sol e Huaca de La Luna) com a parte da tarde (Huaca do arco-íris e Chan Chan) dá um dia inteiro. Mas isso não foi o problema e sim a van velha que nos colocaram. Como já tínhamos pagado, não sabíamos a distância que iríamos percorrer e nem as condições da estrada, encaramos na ingenuidade. Olha, foi coisa de Indiana Jones, parecia que estava em Os Caçadores da Arca Perdida… Sério! kkkkkkkkkkk. Comemos tanta poeira que se não fosse pela interessante história da Senhora de Cao (El Brujo) teria sido um desastre!

O museo de Cao é excelente, a múmia da sacerdotisa tatuada e a história que a envolve é tão legal que acabamos abstraindo a chateação da van.

Museu Señora de Cao. Rsrsrs

A Señora de Cao foi provavelmente uma sacerdotisa que virou governante, hipótese baseada na riqueza de sua tumba, já que ao morrer foi enterrada com honrarias típicas de governantes da época. Seus restos foram encontrados intactos e ainda hoje é possível ver as tatuagens que levava nos braços e nas pernas, possivelmente devido a sua condição de sacerdotisa.  Em seu túmulo foram encontradas algumas pessoas sacrificadas, o que sustenta ainda mais essa tese.

A guia também nos contou que era comum o consumo do chá do cacto de São Pedro (um cacto típico dessa região do Peru), um alucinógeno, nas cerimônias religiosas, inclusive sendo tomada por aqueles que seriam sacrificados.

Señora de Cao – Múmia

Tatuagens da Señora de Cao. Fonte: Conocer Ciencia

Señora de Cao

Obviamente voltamos imundos para o hotel, mas não antes de passar em uma farmácia e comprarmos xampu e condicionador, porque não tínhamos levado já que ficaríamos apenas uma noite (levamos apenas bagagem de mão). Depois de um bom banho para retornarmos a ser gente, comemos no hotel do restaurante mesmo, que não gostamos.

E assim terminou nosso primeiro dia em Trujillo.